Como é que vê, na sua profissão, mas também enquanto cidadã, os desafios para o país para os próximos 19 anos?
CE — Queria que Portugal estivesse no topo da Europa, como um país bastante desenvolvido, mas temos muita coisa por fazer, nomeadamente na questão da coesão social e territorial, porque infelizmente cada vez temos maior distância entre os ricos e os pobres. Temos de ter alguma consciência e os próximos governos precisam de prestar atenção a isso.
Depois, na parte territorial, temos tudo centrado no litoral, quando o país é tão pequeno e o devemos aproveitar num todo. Temos zonas e empresas fantásticas, precisamos de as desenvolver e de as ajudar também.
— E do ponto de vista também daquilo que são as pessoas e as várias gerações?
CE — Dar igualmente oportunidades aos mais novos, porque infelizmente temos quase empurrado os mais novos, quando acabam as faculdades, para irem para fora, para tentarem ter oportunidades que o nosso país não está a dar.
Acho que este é um ponto muito importante: não deixar fugir os talentos, porque temos muito bons talentos a ir para fora quando podiam estar a operar em Portugal e a ajudar o país a evoluir, que é o que nós também precisamos.
— Nesta área de comércio e serviço, o que é que imagina que possa ser uma tendência de transformação?
CE — Temos de estar muito cientes da digitalização, do comércio online, porque ele veio para ficar e temos de ir acompanhando a evolução. É estar sempre muito atento às novas ferramentas que vão surgindo, adaptar sempre o comércio de proximidade, sendo que as lojas de proximidade nunca vão acabar, porque a parte física também é muito importante. Até porque temos o serviço, temos a personalização, sabemos o que é que os clientes gostam e acabamos por ter aqui essa parte que é uma grande mais-valia do nosso comércio de proximidade.