Quem tem medo do capital de risco?

Capital de risco é papão ou solução para as PME? Debate com Pedro Siza Vieira e Nuno F. Thomaz

Estão os empresários portugueses preparados para abrir o capital a fundos de investimento e ao capital de risco? Quando há problemas de gestão, sucessão e falta de dinheiro para dar um passo maior para o crescimento externo, o que inibe os donos (ou donas) das empresas, sejam elas pequenas, médias ou até grandes empresas, a dar esse salto?

Será que os empresários ainda acreditam que o PRR e os fundos comunitários são a salvação, quando o cenário de fecho da torneira de Bruxelas é cada vez mais provável a médio prazo?

As vantagens da robustez financeira proporcionada pela abertura ao capital de risco (ou outros instrumentos semelhantes) é o tema em debate entre Pedro Siza Vieira e Nuno Fernandes Thomaz, no “Sim ou Não” desta semana. A sua visão pragmática e experiência comprovada do terreno são um valioso contributo à reflexão, num país onde as grandes empresas representam apenas 1% do tecido empresarial, mas são responsáveis por 40% do volume de negócios.

Mais cedo ou mais tarde, assistiremos ao acelerar de processos de fusões e aquisições e à concentração via abertura de capital, o que poderá trazer vantagens na escala e na competitividade das empresas, em especial no mercado externo, se mentalidade e atitude mudarem.Temos seleccionado e analisado aqui (“Sucesso.pt”) vários casos de empresas de sucesso de base familiar, com capital maioritariamente português, com temas accionistas e de sucessão resolvidos, mas temos consciência da realidade do tecido empresarial lusitano. Por isso, este debate é útil e oportuno porque antecipa tendências e vai além da excessiva dependência dos fundos europeus – tema que foi analisado por Nuno Palma, na última edição.

Quem tem o tema da sucessão e da saúde financeira resolvido é a OLI, líder ibérica na produção de autoclismos, a partr de Cacia (Aveiro), com faturação próxima dos 80 milhoes de euros. António Ricardo Oliveira representa a terceira geração, com apenas 33 anos, dando continuidade à empresa criada pelo avô e que seu pai e tio fizeram crescer a nível europeu e noutros mercados. Pode ver também esta entrevista no site Amanha.sapo.pt e na Euronews.

Nesta edição destaco ainda as opiniões do fiscalista Jaime Esteves e de Miguel Gonçalves. Ambos abordam, em perspectivas diferentes, o enorme peso dos impostos sobre os portugueses e como essa carga fiscal está a empurrar os mais jovens para o estrangeiro, em busca de melhores salários e de habitação.

Na semana do salão imobiliário de Lisboa, conheça o exemplo de empreendedorismo de Mariana M. Pedroso, líder da AYH – Architect Tour Home, marca que esta arquitecta portuguesa adquiriu aos britânicos, a remar contra a corrente.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt