Ricardo Costa: “Temos tudo para estar no pelotão da frente da Europa”

CEO do Grupo Bernardo da Costa revela a sua visão para o país dentro de 20 anos.

Estamos em contagem decrescente para os 900 anos de Portugal enquanto Estado-nação mais antigo com fronteiras definidas na Europa. Como cidadão e dirigente associativo da AE Minho [Associação Empresarial do Minho] e da CIP [Confederação Empresarial de Portugal], como gostarias que o país estivesse dentro de 20 anos?
RC – Tenho dito muitas vezes que estamos num momento único e num momento decisivo para onde nós queremos chegar daqui a 20 anos. Temos tudo para, daqui a 20 anos, Portugal estar no pelotão da frente da Europa e não a ser ultrapassado (como está a ser, ultimamente) pelos países que mais recentemente aderiram à União Europeia.

Temos pessoas, conhecimento, localização geográfica e todos estes desafios que estão a acontecer neste momento – relacionados com a transição digital, com a transição energética, com esta nova revolução industrial ligada à inteligência artificial -, Portugal, pela primeira vez, tem as condições para poder liderar estes desafios e estas transições.

Falta-nos ter referências políticas, ter líderes que percebam e que tenham uma visão até 2043. E que essa visão não se limite nos ciclos políticos que, normalmente, são de quatro anos quando não são antecipados e que não sejam eleitoralistas.

Se nós conseguirmos ter um conjunto de pessoas que veja para lá de quatro anos, que veja até 2043 – com as condições que temos hoje, com o pacote financeiro que vamos receber (que pode ajudar a resolver algumas medidas estruturais) e com a coragem para fazer as reformas que o país precisa para avançar -, acredito que Portugal, em 2043, pode ser um dos melhores países para viver e um país onde (e este deve ser o desígnio de qualquer empresário) seja possível aumentar os nossos salários, para que as nossas pessoas vivam melhor em Portugal e para que não tenhamos esta situação em que jovens qualificados (em que Portugal tanto investe) cheguem ao final da sua licenciatura e a primeira opção é emigrar. Temos de conseguir fazer com que esse talento fique todo em Portugal para que nós nos desenvolvamos enquanto sociedade e enquanto nação.

E como sonhas o teu grupo nos próximos 20 anos?
RC – No meu sonho, eu gostaria que a Academia Bernardo da Costa se transformasse numa grande escola do conhecimento e do saber; que a IBD continuasse este sucesso de ser a empresa líder na área da segurança eletrónica; e que, na parte da iNERGIA, também conseguíssemos contribuir para ajudar esta transição energética que vamos viver nos próximos anos.

Acima de tudo, que estes projetos se desenvolvam e, se existisse um novo projeto, que se agregasse ao grupo pelos valores que transmitem e pelo impacto que criam na sociedade. Isto não é materialista. Eu só tenho um corpo para dormir numa casa e só tenho uma carta de condução e só consigo conduzir um carro de cada vez. Já não é isso que me move, mas, sim, o impacto que podemos causar na sociedade.

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