António Pinto Coelho: “Portugal tem tudo para ser uma Flórida da Europa”

António Pinto Coelho, CEO do grupo Onyria, deixa a sua visão para Portugal daqui a 19 anos.

Qual é a sua visão para o país e, eventualmente, também para o Grupo, nas próximas duas décadas?
APC — Portugal tem todas as condições para se posicionar como uma Flórida da Europa. Estamos num espaço europeu, mas somos um espaço diferente dentro da Europa, por aquelas coisas que falamos todos os dias: o clima, a gastronomia, a cultura, e, portanto, devemos diferenciar-nos como sendo um local excecional para visitar e para viver.
Essa deve ser a nossa visão, aquilo que nós gostaríamos que fosse, e achamos que está ao nosso alcance. É uma coisa que, trabalhando todos os dias e remando todos na mesma direção, está ali ao virar da esquina. Há progresso feito. Os portugueses, sempre que têm a necessidade de fazer alguma coisa, fazem-na e fazem-na bem. É preciso sermos organizados e termos uma meta comum.
Achamos que isto não é um sonho, é uma meta que está próxima, se todos estivermos direcionados no mesmo sentido.

— Quais são os principais obstáculos que identifica para o crescimento do país?
APC — A principal coisa que ambicionamos – e que nós empresários gostaríamos que houvesse sempre – é estabilidade, a todos os níveis. Estabilidade a nível legislativo e fiscal, aquilo que costuma ser as regras de jogo. Isso para nós é a coisa mais importante.
Também ligamos muito aos incentivos que possam existir a reinvestir. O que nós queremos, quando os anos correm bem, é reinvestir os nossos resultados para crescer e para as pessoas que trabalham connosco também crescerem.
Essa ideia tem de ser acarinhada. Portanto, se há incentivos para reinvestirmos, nós e outras pessoas vamos fazer mais isso aqui e não noutro sítio. Acho que era uma coisa que nos podia ajudar muitíssimo.