Gelpeixe: ‘Se Deus me tirou um filho aos 20 anos, era um sinal para fazer algo diferente’

Manuel Tarré, 71 anos, critica o IVA nos alimentos congelados e fala da sucessão na Gelpeixe e da fundação em nome do filho que perdeu. A empresa de Loures fatura 60 milhões de euros e emprega 170 pessoas.

Veja a entrevista completa em vídeo no canal da Euronews:

— Qual é a dimensão atual desta empresa familiar, quanto a volume de negócios e número de trabalhadores, num mercado tão competitivo?
Manuel Tarré — Atualmente, somos cerca de 170 pessoas, faturamos 60 milhões de euros e estamos focados no mercado português e cada vez mais na exportação, mas o nosso foco principal é o mercado português.
Portugal é um dos países mais importantes no consumo de peixe per capita e há muito que somos deficitários de peixe. Portanto, produzimos nas nossas águas cerca de 170 mil toneladas e temos um consumo anual de 580 mil; logo, temos de importar mais de 400 mil toneladas para Portugal. Focamos também por essa razão na satisfação do mercado nacional nos produtos que vêm do mar.

— Inicialmente, foi buscar matéria-prima a Espanha e África do Sul?
MT — Quando começámos mesmo, em 1977, havia uma comissão reguladora do comércio de bacalhau que fazia a importação única. Era uma entidade estatal; eles é que importavam o peixe e depois distribuíam-no connosco. Portanto, um regime muito totalitário. Depois, nos anos seguintes, abriram-se as importações para as empresas e nós começámos a importação de Espanha (Las Palmas); começámos a dar os nossos passos aí. Foi um período muito simpático que é o de contribuirmos para o arranque de um sonho criado pelo meu pai, por mim e pelo meu irmão e depois, a pouco e pouco, foram-se juntando outras pessoas que nos ajudaram muito a tornar a Gelpeixe aquilo que é hoje.

— O negócio é a transformação de peixe que é vendido, sobretudo, nas grandes superfícies?
MT — As grandes superfícies representam cerca de 50% do nosso negócio, mas nós depois temos os armazenistas, o mercado tradicional e a exportação. Portanto, temos todos esses mercados na Gelpeixe.

— Ao falar de matéria-prima e de mercados, desde 1977, o que mudou? Sei que também tem a responsabilidade da associação que representa este setor…
MT — Mudou muita coisa, a começar pela comunicação entre as pessoas. Hoje estamos a um clique de ter as notícias do mundo. No tempo em que a Gelpeixe nasceu, havia as Páginas Amarelas. Para conseguirmos saber quem eram os possíveis fornecedores, chegávamos a Vigo, que era um mercado importante de abastecimento, pedíamos as páginas amarelas, víamos quem eram as empresas de peixe que nos poderiam vender produto e entrávamos em contacto com eles. Posteriormente, fazíamos marcações e visitávamo-los.
Nos outros mercados pelos quais passámos, Las Palmas, depois África do Sul e mais tarde pelo Oriente, fez-se a mesma coisa. Nós só temos a distância da internet, de um clique, há muito pouco tempo, comparado com os anos que a Gelpeixe já tem. O princípio foi mais suado. Hoje é mais fácil ter a informação, se bem que, muitas vezes, temos tanta informação que não sabemos bem o que havemos de fazer com ela.

— Mas quando tanto se fala da questão das alterações climáticas, há alteração na qualidade do pescado ou nem por isso?
MT — Quando nós entrámos no mercado, havia uma diversidade maior de oferta de peixe congelado. Havia muitas espécies. Depois, fruto da tecnologia de pesca, passou a ser fácil localizar onde é que estão os cardumes porque, através da tecnologia, consegue-se saber onde é que está o peixe. E, por questões de opções de pesca, de maximizar muitas vezes essa mesma pesca, houve algumas áreas que tiveram overcatch. Ou seja, pescou-se demasiado e, hoje, não temos as mesmas quantidades de algumas espécies, mas, ao nível de estabilidade do consumo de peixe proveniente do mar, está garantido.
A maior parte dos governos sabe que, no mar, está uma grande riqueza. Ao nível de proteína animal, o peixe proveniente do mar é um dos produtos que nós melhor podemos recomendar às famílias para terem nos seus pratos. O consumo mundial de peixe, em 2022, andou pelas 162 milhões de toneladas e Portugal consome 580 mil, dos quais, pela primeira vez, a aquicultura ultrapassou a pesca de mar. Este é o enquadramento.
Não há espécies novas, mas existe uma maior oferta de algumas espécies que facilmente se reproduzem em cativeiro (aquicultura) e a estabilização da pesca ao nível de mar está garantida. Há muito cuidado dos governos em não deixarem que os pescadores possam ultrapassar determinado nível de volume de pescas.

— E, relativamente aos mercados de exportação, têm um peso significativo na Gelpeixe?
MT — Não têm tanto como gostaríamos, mas cada vez vamos ganhando mais peso nas exportações. Portugal tem uma geografia pouco atrativa quando falamos em exportar para a Europa porque só o custo do transporte para colocar produto no centro da Europa é muito mais caro do que se tivéssemos as fábricas colocadas nesses locais. Portanto, esse é um handicap.
A imagem de Portugal também só recentemente é que começa a pontuar como um mercado concorrencial sério, que cumpre prazos, que tem bom produto, com fábricas modernas e empresários com sentido de responsabilidade. Esta imagem é mais forte nos últimos dez anos.
Por outro lado, o turismo em Portugal também tem pontuado porque, quando nos visitam, o peixe faz parte das nossas dietas. Muitas vezes, quando recebemos visitantes de outros países, levamo-los a comerem peixe porque realmente o nosso ADN é mais o peixe, se bem que se consome bastante carne. Este paradigma do peixe na nossa tradição é secular.

— E vende também para mercados africanos de língua portuguesa?
MT — Sim, vendemos. Fazemos esses mercados de Angola, Moçambique, Cabo Verde, mas não são aqueles que pontuam mais neste momento. A Europa pontua mais. Nós exportamos mais produto para a Europa do que para esses mercados. Fazemos igualmente Macau e Timor, mas os mercados de exportação necessitam de muito acompanhamento e nós temos de ser muito competitivos em preço. E, às vezes, não é fácil ter essa competitividade.

— É um negócio em que a margem é muito difícil?
MT — Sim, mas não é só no mercado de exportação. De uma forma geral, se nós hoje compararmos as margens com há 30 anos, são marginais. As margens são muito pequenas para o nosso negócio. Temos de ser sempre muito competitivos, não podemos descuidar nenhum tipo de custo dentro da empresa, porque corremos o risco de chegar ao final do ano e não termos proveitos. Não temos as margens como noutros tempos, em que poderíamos ter 10% ou 12% de margem, no final do ano. Hoje, são margens muito marginais.

— Estamos a conversar na entrada da sua empresa com obras lindíssimas de Almada Negreiros sobre a pesca e também com a maqueta da Gelpeixe. E há aqui um significado. Qual é o propósito da Gelpeixe e, no fundo, da sua família?
MT — O propósito da Gelpeixe é ter os colaboradores satisfeitos por estarem connosco e que o mercado, quer dos nossos fornecedores, quer dos nossos clientes, veja que a Gelpeixe é um parceiro correto e sério no mercado. Esses são os nossos propósitos. Temos parcerias muito longas no mercado nacional com clientes de décadas e temos parcerias igualmente longas no mercado internacional com parceiros que estão connosco há muito tempo e acreditam no nosso trabalho e naquilo que fazemos. Não é fácil porque, hoje em dia, muitas vezes troca-se de cliente ou de fornecedor por cêntimos. Nós não temos esse sentimento. Nós gostamos de ser partners nos negócios desde a nascente até poente.
Algumas vezes, os negócios não são tão bons porque há momentos em que temos de auxiliar a outra parte, mas é precisamente por isso que nós conseguimos ter essas longas relações. É que estamos nos negócios para ficar. E, graças a Deus, esse sentimento tem sido passado para o staff que temos na empresa e também para os meus filhos que hoje, como sabe, estão ambos na empresa e vêm por vontade própria. Não vêm por solicitação do pai para lhes dizer que têm de vir. Estão ambos por livre vontade. Fico muito contente e muito feliz que isto tenha acontecido assim. Mas são eles próprios que querem fazer esse caminho de braço dado comigo enquanto eu cá estiver.

— Há cerca de 10 anos ficou com a posição maioritária?
MT — Há cerca de dez anos, o meu irmão e eu chegámos a um acordo. O meu irmão saiu da empresa e fiquei com a totalidade do capital. Uns anos mais tarde, decidi, até mesmo para motivação dos meus filhos, partilhar o capital com eles. Os meus filhos também têm uma percentagem do capital. Temos, os três, a totalidade do capital.

— O Manuel Tarré tem 71 anos. Por quanto tempo mais imagina estar a liderar? Estava a falar dos seus filhos e há sempre um momento de decidir “passar o testemunho”…
MT — Acho que devo, a pouco e pouco, porque tem sido prática da minha vida há muito tempo, dar a todas as pessoas que estão à minha volta autonomia de gestão. As decisões não passam todas por mim; passam sobretudo as mais importantes, as mais estratégicas.

—Houve uma diversificação da área de negócio do peixe para refeições já preparadas. Qual é o peso?
MT — Sim, já estávamos a fazer isso há algum tempo. Cerca de 20% do nosso volume de faturação já não é peixe. Fazemos carnes, verduras, doces, gelados e uma série de pratos pré-preparados. Temos essa panóplia de outros produtos que são complementares à venda.
Ainda do tempo em que o meu pai fazia vendas de congelados porta a porta, temos alguns clientes que historicamente só compram produtos Gelpeixe. Temos mais de mil referências de produtos, o que não é fácil.

À minha maneira

Quem é Manuel Tarré e qual o seu estilo de gestão e de liderança?
MT — Não se fazem empresas com uma única pessoa. Ao longo da minha vida, sempre dei muita liberdade às pessoas que estão à minha volta para aceitarem responsabilidades, estando nós depois por trás. Uma parte grande das decisões da empresa são tomadas pelos diretores dos departamentos e pelos meus filhos. Quando me perguntam até quando é que eu posso ficar na empresa, será até eu sentir que possa ser valor acrescentado, mas não tenho uma data.
Gostaria, sim, e é isso que estou a tentar fazer, de passar cada vez mais decisões para os meus filhos e eles tomarem o risco de serem eles a passarem as noites menos bem dormidas, enquanto eu (se Deus me permitir cá estar mais uns anos) ir ficando por cá e poder viver esta felicidade de ver os meus filhos envolvidos num projeto que foi meu, do meu pai e do meu irmão. É uma coisa notável.

Gosta de estar no terreno e contactar com os principais clientes?
MT — Gosto de estar atento às dificuldades que a empresa tem e sugerir algumas recomendações para aquilo que me parece ser mais adequado. Felizmente, nesta empresa existem muito boas pessoas que tomam as decisões corretas por eles próprios. Sentem a empresa como deles; é essa a finalidade. A sermos donos de alguma coisa, somos donos do nosso corpo. O resto, estamos por empréstimo.
A empresa existe porque temos um grupo de pessoas que fazem parte de um projeto (Gelpeixe) que tenho o prazer e a honra de iderar.
É esse o cenário.

Sim, conseguimos

Qual terá sido a maior adversidade ou o maior obstáculo, na parte empresarial e na parte pessoal, que encontrou e como superou?

MT — Ao nível pessoal, o pior obstáculo que tive foi a morte do meu filho. De facto, quando um pai perde um filho e perde-o com 20 anos… Não há idades para os filhos partirem, há idades para os filhos verem os pais partirem. Os pais partem depois. Essa foi a maior adversidade. Todos nós ficámos um pouco perdidos e essa foi a grande adversidade da minha vida. Comparada com as outras, as outras não têm importância. Do ponto de vista de negócio…

— Mas criou uma fundação…
MT — Sim, criei. Sou católico e acredito que, se Deus me tirou um filho aos 20 anos (de um momento para o outro porque o meu filho falece de morte súbita), era provavelmente a dar-me um sinal para eu vir a fazer alguma coisa diferente.
Um ano depois da sua partida, doei para o Instituto onde ele estudava 25 bolsas de estudo para os estudantes com mais dificuldades financeiras e, posteriormente, esse formato evoluiu para a ADT, que é a Associação Duarte Tarré.
Hoje, ajudamos 96 pessoas através de padrinhos. Somos 74 padrinhos, cada miúdo tem o seu. Os padrinhos começaram por ser amigos meus e hoje está espalhado; somos todos amigos, é verdade, mas amigos de amigos. Atualmente tem uma dimensão grande, ajudamos miúdos de todas as universidades, na sua entrada para a universidade ou na sua estadia na universidade, com médias superiores a 14 e IRS muito baixos e que precisam de apoio pecuniário e apoio um pouco familiar. Daí haver na associação a tradição de os bolseiros nos tratarem por padrinhos e nós damos-lhes apoio como nossos afilhados.
É um projeto bastante impactante para mim e que dá algum corpo à falta que faz o meu filho. Criar a associação com a partida do meu filho e ter hoje um grupo de amigos como tenho, empolgados com este sentimento de fazer bem ao próximo em troca de nada e ficarmos felizes como padrinhos de fazer os outros felizes, é algo extraordinário nesta parte da minha vida.

— E do lado da empresa, qual foi o maior obstáculo?
MT — Os obstáculos, muitas vezes, são faltas de compromissos de partners nos negócios; ou a dificuldade de não termos matéria-prima ou não termos as características que queremos; ou vendemos a pessoas que depois, mais tarde, vem-se a verificar que não estão a cumprir connosco.
São uma série de desafios que, nestes últimos tempos, não têm acontecido, mas nos tempos passados aconteceu vendermos e não cobrarmos. Normalmente, perdemos dinheiro é com os nossos amigos. Com aqueles que não são nossos amigos não perdemos. As perdas de maior importância, de maior impacto, que tive foi sempre com pessoas que tinha como sérias, que iam cumprir e daí terem crédito.
Hoje, isso não acontece porque na empresa temos uma regra e, a partir de determinado valor, amigo ou não amigo, tem de ter cobertura de crédito. Sem cobertura de crédito, nós não vendemos. Mas, de facto, foi um bom ensinamento para mim.
São situações que custam; já passaram quase duas décadas sobre todas elas, mas custa bastante. É nós acreditarmos e darmos a mão a alguém para prosseguir e depois esse alguém não nos tratar com a dignidade que estávamos à espera.

— E qual foi o impacto da pandemia? As pessoas tinham de ir na mesma comprar comida
MT — A pandemia teve, inicialmente, muito impacto em nós. Atingimos o maior número de colaboradores de sempre porque houve muita procura. O consumidor, de uma forma geral, ficou em pânico. Todos nós estávamos em pânico, não sabíamos inclusive se na próxima semana estaríamos vivos, nós ou as nossas famílias. Hoje, estamos a três anos de distância e tudo isso já faz parte de um passado que parece que não vivemos, mas vivemo-lo só há três anos. A primeira reação dos consumidores foi guardarem coisas em casa e houve uma corrida aos supermercados e às lojas, ao consumo de produto. Nas primeiras semanas, houve mais vendas do que era o normal. Houve esse pico e depois dá-se o contrário. Quando as pessoas veem que têm muito produto em casa, há realmente uma quebra. Nós sentimos tanto o pico do crescimento como depois o pico da quebra e isso desenvolveu-se ao largo de quatro, cinco meses.

Portugal 2043: “É necessário rigor, ética, respeito e dignidade”

Dentro de 20 anos, o povo português estará a celebrar 900 anos de Portugal como Estado-nação mais antigo da Europa com fronteiras definidas. Como empresário e cidadão, como gostaria que o país estivesse em 2043?
MT — Vejo com muita preocupação. Estes últimos exemplos políticos que temos vivido mostram falta de dignidade para com o país. Independentemente das razões, o que é facto é que a imagem de Portugal fica denegrida. Afeta-nos a imagem das exportações, mas afeta, sobretudo, o nosso futuro, dos nossos filhos e dos nossos netos.
Tal como para sermos médicos, temos de estudar Medicina, e para sermos economistas Economia, era natural que os políticos tivessem de ter algum código de honra e de preparação académica para exercerem os lugares que ocupam. Muitos deles não estão preparados e gerem estruturas que precisam de ter indicadores e indicações corretas para serem devidamente conduzidas. E não o fazem, não têm preparação.
O meu receio para 2043 é que possamos estar ainda pior, se é possível, do que aquilo que estamos hoje. É necessário termos rigor, respeito pelo próximo e dignidade para connosco próprios, para conseguirmos levar o país para um patamar diferente.

— Quanto à competitividade do país, o que seria necessário alterar na fiscalidade, em especial no setor alimentar?
MT — Temos as mais altas taxas fiscais da Europa. Na alimentação, temos uma coisa que é chocante que é não ter ainda havido nenhum governo (e não é só o PS porque já esteve o PSD e também nada fez) que mexesse nisto: os produtos transformados pagam 23% de IVA. Não é possível! Um produto de alimentação não é um bem de luxo.
Se nós compramos sapatos, calças ou um fato e pagarmos 23%, sim… A comida não. Temos de comer todos os dias e não podemos pagar 23% na comida. Se comermos um cherne (se falarmos só da minha área), que paga 6% e é caro, depois vamos comer um pastel de bacalhau e pagamos 23%, que está dedicado a uma classe que não pode comprar o cherne. Isto não é justo. O bife do lombo tem 6% e a salsicha tem 23%. Onde é que vivemos? Isto não pode ser uma brincadeira; isto tem de ser uma coisa séria.
O IVA da restauração, em Portugal, é 13% e está alinhado com a Comunidade Europeia. Nos bens transformados, Portugal tem 23% e a média europeia é de um terço.
Portugal paga o IVA dos produtos transformados três vezes superior aos outros, mas os outros países têm income maior do que nós. Não é sensato que isto continue assim. Há muitos portugueses que chegam aos dias vinte e poucos de cada mês e não têm comida em casa. Esta é a realidade!
E o que, muitas vezes, comem são os produtos que são taxados a 23%. Não é justo, mais ainda quando vamos à restauração, que são os que têm mais poder aquisitivo, e pagamos 13% de IVA.
Quando vamos comprar um produto para levar para casa, porque é o mais barato (a pizza ou o pastel de bacalhau), todos os produtos transformados pagam 23%. Ou seja, aqueles que não conseguem ir ao restaurante têm o IVA a 23%, mas os que conseguem têm a 13%. E depois temos o cherne e os bifes a 6%…

— Portanto, há um caminho a percorrer, nos próximos largos anos, na área da justiça fiscal?
MT — É uma questão de bom senso. Este assunto é uma questão de bom senso. É copiar o que existe na Europa. Estes produtos não podem estar na taxa média; têm de passar para a taxa mínima.
Que essa taxa mínima seja 6% ou 7%, perfeito. Torna muito mais fácil a vida para todos e repõe-se a justiça fiscal na alimentação que, neste momento, não existe.