Frederico Falcão: “Espero que Portugal seja um país mais rico”

O presidente da ViniPortugal apresenta a sua visão para o país daqui a 20 anos

Como é que imagina e como é que gostaria que estivesse o país em 2043, ano em que Portugal celebra os 900 anos enquanto Estado-Nação?
FC — Olhando para o setor, sempre. 2043 é um futuro ainda longínquo. Nós temos um plano estratégico até 2030, portanto, não tão ambicioso.
Espero que consigamos fazer em conjunto um caminho e, sobretudo, tornar o nosso país mais rico ou que as pessoas possam viver melhor.

Aquilo que espero é que nós consigamos crescer, que a nossa economia consiga crescer, para nos proporcionar melhores condições, não só para quando viajamos, mas para que possamos viver melhor em 2043 do que vivemos hoje.

Acho que estamos a construir um futuro cada vez melhor. Portugal está a evoluir muito, Portugal tem evoluído muito, em termos de turismo, em termos de qualidade de vida, mas temos um longo caminho a fazer. Espero que o consigamos fazer para que possamos estar à altura de muitos outros países, em termos monetários, porque no resto estamos acima, em muitas coisas.

O museu do vinho de Bordéus é muito interativo, até para novas gerações, que se têm afastado do vinho. Devia haver em Portugal um museu do género?
FC — Tenho dúvidas. Conheço o museu de Bordéus, é fantástico, é uma grande montra mundial sobre vinhos e nós também enviamos vinhos portugueses para lá, para que os visitantes do museu possam também provar vinhos portugueses.

Tenho algumas dúvidas sobre o sucesso desse museu. Nós temos em Portugal um grande investimento no setor dos vinhos, o WOW, World of Wine, em Gaia, que é um investimento fantástico. Não é na mesma linha que está a Bordéus, mas que eu diria até se calhar mais completo. É um grande investimento que teve o azar de nascer na pandemia, que trouxe ali algumas dificuldades, mas que está a crescer em termos de visibilidade e de visitantes.

Prefiro o WOW à região de Bordéus e acho que se temos o WOW, não precisamos de mais…

As pessoas continuam a ser surpreendidas pela qualidade dos vinhos portugueses?
FC — Isso é um dos nossos sucessos, até em termos de exportações, tem que ver com o turismo em Portugal. Temos vindo a crescer praticamente todos os anos em exportações de vinhos, e o turismo que vem a Portugal, o turismo interno, tem ajudado muito a isso.

Temos feito alguns estudos de correlação. Por exemplo, os turistas brasileiros que vêm a Portugal nos últimos 10 anos, comparando isso com as nossas exportações para o Brasil nos últimos 10 anos, a correlação é gigantesca.

O turismo em Portugal tem-nos ajudado muito a crescer as exportações e a valorizar o nosso vinho. As nossas ações seguramente também. O enoturismo cada vez é mais importante, é cada vez uma ferramenta que temos ao nosso dispor para nos ajudar a vender, quer internamente com preços mais altos, quer para promover os vinhos portugueses lá para fora para os turistas que nos visitam.