A segurança e as luvas de Costa (o São Diogo)

A segurança é um activo que não pode ser desbaratado, nem deve ser bandeira das forças populistas

A segurança nacional deve ser considerada uma prioridade para o Governo e os demais orgãos de soberania, para evitar que seja uma bandeira de movimentos populistas (de extrema direita ou esquerda radical) e para garantir que este importante activo é valorizado e percebido pelos cidadãos portugueses (que pagam impostos e esperam estar seguros no seu país) e pelos estrangeiros que cá trabalham ou que nos visitam.

Abordar este tema não pode ser tabu, em tempos de punhos de rendas dos partidos do arco da governação ou dos discursos politicamente correctos. Se há um problema para resolver, há anos, nas forças de segurança e se estas dão sinais de descontentamento crescente – e de eventual manipulação por parte de quem tem apenas a demagogia para oferecer -, então é tempo de tratar de questões remuneratórias ou de estatututo da mais elementar justiça e de reformar organizações e modelos de governance, mesmo que isso passe por fundir PSP com GNR, assunto sempre adiado pela pressão dos interesses corporativos instalados.

O debate entre o advogado e ex-deputado do PSD, André Pardal, e o deputado socialista Pedro Vaz coloca vários temas quentes em cima da mesa e revela que o rei vai nu; ou seja, a autoridade do Estado tem sido perdida. Ora, isso é algo que não pode continuar e devem ser estudadas e avançadas todas as medidas estruturais para dar segurança aos cidadãos e aos próprios profissionais das polícias e também militares. O país seguro – ou um dos mais seguros do mundo – é um activo demasiado relevante para porder ser desvalorizado ou desbaratado, seja pela importância na atração de investimento e de turismo, seja na garantia do Estado junto dos seus cidadãos.

Podemos ter um dos guarda-redes mais seguros da Europa ou até do mundo, como o “novo santo” (Diogo) Costa tem demonstrado com agilidade felina e luvas que são o mais recente bálsamo lusitano. Noutros campos, podemos até afirmar que entre os postes do Conselho Europeu estará um outro português (também Costa de seu nome). Mas, se é um orgulho ter um país seguro, devemos ter os recursos financeiros e humanos adequados para que a segurança não seja mais motivo de manifestações; é uma área essencial e deve ser tratada como tal.

Nesta edição, no “Sucesso.pt”, mostramos também a segurança e a precisão da Palbit, uma empresa do distrito de Aveiro que produz ferramentas de metais duros e nos dá lições de rigor, trabalho e ambição – aquilo que, aliás, temos visto e admirado no “Santo Costa”.

Destaque ainda para as crónicas de Ricardo Costa, Filipe Morais e Marcelo Nico, a “pensar amanhã”.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt