Saúde: novas medidas urgentes e prioritárias

O livro / manifesto e o debate “Sim ou Não” sobre saúde são um estímulo para medidas urgentes.

As reformas na saúde “são contínuas e demoram 5 a 15 anos, não é possível fazer reformas do tipo fast food”, apesar das urgências no setor. “Os hospitais universitários não podem ser unidades locais de saúde”. “Há um milhão e 600 mil portugueses que não vão aos centros de saúde”.

“Quem diaboliza o privado e as PPP também vai deixar de comprar às farmacêuticas?” “A direção executiva do SNS teve de lidar com atrasos porque houve demora a perceber-se as competências”.

Estas são algumas conclusões do debate “Sim ou Não”, nesta edição, entre Helena Canhão, dean da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa (ela própria médica), e Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde, professor da Escola de Saúde Pública e autor / organizador do livro “Saúde em Portugal: pensar o futuro, 50 anos de Democracia, 45 anos de SNS”.

O livro foi lançado, dia 16, numa concorrida apresentação na Faculdade de Medicina da UNL e, é um manifesto cívico de apelo a medidas urgentes para a saúde e para o SNS. Sobre saúde, pobreza e fome escreve também Ricardo Batista Leite, numa crónica que nos obriga “Pensar Amanhã”.

A saúde de empresas (em especial, familiares) que têm tido sucesso e sobrevivem em setores tão competitivos como a indústria do calçado é mote para a entrevista Sucesso.pt, neste caso ao grupo Kyaia, que celebra 40 anos e é dono da marca Fly London que já faz 30 anos.

Fortunato Frederico, líder da empresa e ex-presidente da Direção da APPICAPS (associação que representa o setor), é o rosto de um setor que conseguiu subir na cadeia de valor, apostou na qualidade e diferenciação e foi capaz de competir com o calçado italiano, em preço e através da marca “umbrella” Portuguese Shoes.

No entanto, o setor em geral e esta empresa enfrentam hoje uma concorrência acrescida de mercados produtores como a China ou Turquia, em especial no chamado mass market, e já sente a retração de mercados europeus como, por exemplo, o alemão.

Este caso ilustra também o desafio de muitos empresários que construíram empresas a pulso, no chão de fábrica, apostaram na inovação, têm preocupações sociais, mas enfrentam problemas de sucessão ou de sobrevivência na indústria ou no comércio tradicional. Tiveram maior dificuldade em financiar-se junto da banca e reinventar-se, durante e após a pandemia. Pode ver a entrevista em Amanha.pt e Euronews, em podcast e, claro, no jornal.

Sugiro ainda a crónica de Paulo Simões, na “Causa Pública”, sobre as lições para a gestão e liderança da batalha dos Montes Guararapes, a 19 de abril de 1648, no Brasil, ou seja, como as PME podem vencer uma multinacional, se estiverem unidas e com planeamento estratégico. Pode também ouvir no podcast “Pensar Amanhã”.