Modernizar com foco e estratégia, precisa-se!

Modernizar o Estado, valorizar marca-país, inovar e exportar. Algumas missões do novo governo.

Modernizar a administração pública e tornar a vida mais fácil e simples aos cidadãos é um imperativo num país que ainda vive (há demasiado tempo) em capelinhas e pequenos poderes – que só prejudicam quem quer andar com o país para a frente. Novas medidas foram agora conhecidas, nos últimos dias de governo socialista, pretexto para um debate actual e útil entre
João Dias, presidente da agência para a Modernização Administrativa (AMA), e Jorge Batista Silva, bastonário da Ordem dos Notários, que pode também ver em Amanha.pt e na Euronews (canal Youtube em português).

Este debate ilustra bem aquilo que os portugueses anseiam: reduzir burocracia, melhorar o que funciona bem, eliminar o que atrapalha, em especial custos de contexto que há anos prejudicam os agentes económicos.
Outra sugestão para ler, ver e ouvir: Leonor Freitas, ex-funcionária pública e líder da Casa Ermelinda Freitas, revela a sua nova aposta a Norte e o crescimento do negócio dos vinhos da região de Setúbal junto de públicos heterogéneos, nos mercados nacional e externo.


Numa semana política intensa, sugiro ainda as crónicas de três especialistas sobre três áreas fundamentais para o futuro: inovação e empreendedorismo, agroindústria e valorização da marca-país.

Jorge Costa Oliveira reflete sobre a imagem externa de Portugal e as prioridades de um novo governo nesta área que não deve ser descurada, pela relevância da reputação do Estado e das empresas portuguesas no mercado externo. Num ano de previsível arrefecimento do crescimento económico, entidades como AICEP e Turismo de Portugal devem estar alinhadas com novas políticas e medidas de valorização do que se faz de melhor em Portugal, evitando novos danos de imagem quanto a transparência, justiça lenta e excessiva burocracia.

José Ramalho Fontes, professor emérito da AESE, destaca a urgência de olharmos para o setor do vinho como um ecossistema de empresas de sucesso e com boas práticas, para que este negócio ganhe escala e maior valor, em especial nas exportações.

E Ricardo Marvão, co-fundador da Beta-i, recorda o simbolismo do dia internacional do estudante (24 de março) para que as políticas públicas de educação, empreendedorismo e inovação sejam mais focadas no cliente (o estudante) e menos nos problemas e interesses das máquinas ministeriais ou corporativas.

Em suma, o país crescerá mais se apostarmos mais na valorização dos recursos endógenos e acrescentarmos valor ao que produzimos bem em Portugal. E mais ainda se o novo governo der prioridade a modernizar a máquina administrativa do Estado e reduzir a carga fiscal e burocrática junto das pessoas e empresas.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt