Portugal 900 anos: countdown para 2043

Teremos ambição e vontade política e cívica para criar a marca Portugal 2043 e celebrar 900 anos?

Que país queremos construir para os próximos 20 anos? Que mudanças deve haver em áreas estruturais para que a economia nacional seja mais competitiva e os portugueses (e quem cá trabalha) tenham uma vida melhor? Que objetivos e planos realistas vamos traçar para chegar à meta com sucesso, em vez da não opção da lamúria lusitana encostada ao papá-Estado.

A 5 de outubro de 2043, Portugal celebrará 900 anos como Estado-nação mais antigo da Europa e esse é um desígnio que nos deve mover a todos(as) porque há muito a fazer na construção de uma marca-país, na reorganização da Polis – para premiar o civismo e o mérito – e na capacidade para agir e (re)desenhar o destino de um Povo que merece melhor.

5 de outubro é também a data de implantação da República, em 1910, mas esse feriado é “o verdadeiro dia de Portugal” (com muito respeito pelo 10 de junho e pela obra de Luís de Camões) devido à carga simbólica do momento inicial de 1143, em Zamora. Nesse dia, Afonso VII de Leão e Castela reconheceu o Condado Portucalense como Reino e D. Afonso Henriques, seu primo direito, como primeiro Rei de Portugal. Esta é uma data que une os portugueses, sejam republicanos ou sejam monárquicos. Este é o verdadeiro dia da Independência.

Temos um capital como Nação unida – e não colada por autonomias que tentam calar tensões separatistas, como sucede em Espanha ou no Reino Unido. Logo, devemos assinalar a contagem decrescente para os 900 anos de Portugal através de uma renovada atitude da sociedade civil; isto é, além do sistema partidário vigente, mas envolvendo órgãos de soberania, instituições mais relevantes do país e sem esquecer a diáspora portuguesa. Nesta edição, convidei Rita Saias, ex dirigente juvenil, a partilhar ideias novas para o futuro.

Este é também o momento para refletir sobre que erros não queremos repetir numa longa história de bancarrotas, recessões ou crescimentos fracos e ondas de emigração. Por isso, vale a pena ler o ensaio do professor Abel Mateus sobre o que temos pela frente, se olharmos para a estagnação económica desde o início do século. Não se trata de ideologias; são números, factos e tendências que são preocupantes.

Nesta edição, refletimos sobre o futuro do sistema de ensino, o que pode melhorar com as novas ferramentas digitais e que outro modelo de Educação servirá melhor os alunos e as empresas que vão recrutar talentos qualificados. E porque não receamos celebrar casos de sucesso empresarial, fomos ao Minho – onde começou Portugal – conhecer melhor Ricardo Costa, um empresário que aposta nas pessoas e procura promover a felicidade nas organizações.

luis.ferreira.lopes@newsplex.pt