Câmaras de Comércio Portuguesas reúnem-se em Lisboa

O primeiro encontro anual da Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo decorre quinta e sexta-feira, em Lisboa, para eleger os órgãos sociais.

O primeiro encontro anual da Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo (RCCPM) decorre esta quinta e sexta-feira, dias 6 e 7 de junho, em Lisboa. A associação, fundada em agosto de 2023, congrega 64 Câmaras de Comércio portuguesas em 46 países, com presença nos cinco continentes.

O primeiro dia do encontro iniciou-se com a primeira Assembleia-Geral da instituição, na sede da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal (CCIP).

Numa reunião presidida por Rui Miguel Nabeiro, presidente da instituição anfitriã, foram eleitos os órgãos sociais da RCCPM. Seguiu-se um almoço-debate com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, após o qual foi assinado um acordo de cooperação entre a RCCPM e a CCIP. O dia terminou com um jantar com Pedro Reis, ministro da Economia.

O dia 7 prevê um encontro com o primeiro-ministro em S. Bento e visitas à Assembleia da República e à Fábrica de Unicórnios de Lisboa, esta com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que também receberá os participantes nos Paços do Concelho, indica a associação, através de Carlos Vinhas Pereira, presidente da Comissão Executiva da RCCPM e da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa.

A RCCPM visa reunir as Câmaras de Comércio Portuguesas num fórum que permita gerar sinergias e potenciar a atividade destas instituições, que procuram ligar empresas portuguesas e estrangeiras e viabilizar oportunidades de internacionalização.

A estruturação jurídica da organização, com a eleição de órgãos sociais próprios, resulta do desenvolvimento da Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas (RCCP), uma iniciativa promovida pela CCIP desde 2014 que foi oficialmente estabelecida em 2016 e sucedeu à Confederação Internacional dos Empresários Portugueses (CIEP), criada em 1994.

O objetivo era então “divulgar o trabalho desenvolvido pelas Câmaras de Comércio Portuguesas no exterior, aproximá-las” e também “procurar o seu reconhecimento junto das instituições governamentais portuguesas”, um esforço que se viu reconhecido quando, em 2017, o governo alterou a legislação de forma a poder conferir a estas associações o estatuto de utilidade pública.

Mas também reflete uma estratégia de concertação entre os esforços das diferentes Câmaras de Comércio. “Reunir forças na Rede de Câmaras de Comércio Portuguesas e na federação europeia é a melhor forma de contribuir para reforçar esta dinâmica de utilidade pública”, explica Francis da Silva, presidente da FECCIPE – Federação das Câmaras de Comércio e Indústria Portuguesas na Europa. O gestor luso-luxemburguês aponta para a criação, em 2021, da instituição a que preside como mais um passo nesta progressão.

A iniciativa ao nível europeu, que remonta a 2015 e começou com associados de cinco países, reúne agora “a quase totalidade” das Câmaras de Comércio e Indústria no continente. Nesse sentido, a estruturação da RCCPM “não é uma criação, mas uma continuação”, explica, porque “está provado que a ação das CCI portuguesas no exterior foi e é determinante para os repetidos sucessos do comércio externo de Portugal nos últimos 10 anos.”

O objetivo da Rede para o futuro imediato é “profissionalizar mais o funcionamento das Câmaras de Comércio”, assume Francis da Silva, que acrescenta a preocupação de “manter o seu modelo de independência e neutralidade em relação ao Governo, ao Estado e aos partidos políticos”.

Mas a autonomia não implica desalinho com a raison d’état. O presidente da FECCIPE assume que, dada a tónica que o Governo coloca no reforço da diplomacia económica, “as Câmaras de Comércio e Indústria portuguesas no exterior estão prontas para assumir o desafio”. “A nossa missão é contribuir para um objetivo maior”, afirma. “O que fazemos é promover Portugal”

*Notícia atualizada às 15:27 de 8 de junho devido à ausência do Presidente da República