Planear o ciclo de vida financeira: Da poupança à reforma

Garantir a segurança financeira nas diferentes fases da vida deve ser uma preocupação de todos. Para fazê-lo, poupança e investimento têm que ser adaptados às distintas necessidades que surgem em cada etapa.

Ao longo da vida é natural que existam diferentes desafios financeiros e projetos e necessidades distintos. É por isso que, como explica Alfredo Falcão, “é fundamental que a gestão dos recursos financeiros seja planeada de forma diferenciada consoante a idade, na fase ativa, mas também após a reforma.”

O especialista, da Direção Geral Negócio Vida da Fidelidade, alerta igualmente para a necessidade de distinguir entre formas de poupança, e o posterior investimento destes recursos, com o objetivo de rentabilização e de multiplicação.

Hábitos de Poupança

No início da vida financeira, muitos jovens enfrentam desafios relacionados com a poupança. Antes de entrarem no mercado de trabalho, a maioria não possui economias substanciais.

Nesta fase, o foco deverá ser, como recomenda Alfredo Falcão, em estabelecer hábitos de poupança saudáveis. “Embora não seja comum acumular uma poupança significativa neste período, pequenas economias, como presentes de aniversário ou dinheiro de avós, podem contribuir para ensinar a importância da poupança”, salienta. É durante os primeiros anos de trabalho que a poupança deve tornar-se uma prioridade. Uma prática interessante é direcionar uma parte do salário para a poupança, por exemplo, 10%.

Esta abordagem ajuda a criar uma disciplina de economia desde o início da carreira. Outra dica importante é estabelecer um débito automático que transfira uma parte do salário para a poupança, garantindo um processo simples e evitando gastos indesejados.

Explorar produtos de poupança por objetivos

Quando as pessoas começam a construir as suas carreiras, geralmente têm rendimentos mais baixos e despesas básicas a serem cobertas. Nesta fase, a poupança é frequentemente direcionada para dar resposta a objetivos de curto prazo, como a entrada para uma casa, viajar ou investir em educação.

Os produtos de poupança por objetivos são ideais para esta fase pois permitem a definição de metas específicas e incentivam a que as pessoas economizem para alcançá-las. Além disso, estes produtos podem ter níveis de risco diferentes, dependendo das preferências e horizontes temporais de investimento de cada pessoa.

Adotar um pouco mais de risco

À medida que as carreiras estabilizam e que as pessoas atingem os seus objetivos de curto prazo, é possível começar a considerar investimentos mais arriscados com foco no rendimento. Neste ponto, a poupança transforma-se em investimento, “e a diversificação é fundamental”, reforça Alfredo Falcão que, acrescenta: “a diversificação envolve a distribuição do investimento em diferentes tipos de ativos e produtos financeiros para reduzir o risco”.

Nesta fase, os horizontes temporais de investimento são mais longos, tornando possível considerar instrumentos com maior risco, como as ações, que é o instrumento favorito dos investidores de longo prazo. A escolha de produtos financeiros deve ter em consideração o perfil de risco e os objetivos individuais. Reduzir o risco e planear a desacumulação À medida que a reforma se aproxima, é aconselhável reduzir gradualmente o risco dos investimentos. Os produtos financeiros escolhidos devem ser capazes de fornecer um complemento à renda após a reforma.


“É fundamental que a gestão dos recursos financeiros seja planeada de forma diferenciada consoante a idade, na fase ativa, mas também após a reforma”

ALFREDO FALCÃO

Direção Geral Negócio Vida da Fidelidade

A proposta de Alfredo Falcão vai para a aposta em produtos que ofereçam reembolsos programados, permitindo que os investidores recebam rendimentos mensais, trimestrais, semestrais ou anuais. A escolha do horizonte temporal e do valor dos reembolsos programados é flexível e pode ser ajustada de acordo com as necessidades pessoais.

“É importante ter em mente que, à medida que envelhecemos, as necessidades de saúde podem aumentar, exigindo uma reserva financeira adicional para lidar com despesas imprevistas”, alerta.

Nunca é demais recordar que o ciclo de vida financeira é uma jornada que exige planeamento, disciplina e adaptação ao longo dos anos. Estabelecer hábitos de poupança desde cedo, focar em metas de curto prazo na juventude, adotar investimentos mais arriscados na fase intermédia, e planear a desacumulação na reforma são elementos-chave para uma gestão financeira bem-sucedida ao longo da vida.

A diversificação e a escolha de produtos financeiros adequados a cada fase são fundamentais para alcançar segurança financeira em todas as etapas do ciclo de vida. Acima de tudo, sublinha Alfredo Falcão, “é importante que as pessoas estejam cientes das opções disponíveis e procurem orientação financeira, se necessário, para tomar decisões informadas sobre os seus investimentos.”

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