António Mendonça. ‘A guerra comercial não vai prejudicar todos de forma simétrica’

Foram testemunhas privilegiadas da construção do Bloco Central. 40 anos depois apelámos à memória desses tempos, mas também à comparação com o momento atual.

Perante esta nova era, António Mendonça defende que a Europa deveria querer constituir-se como potência, com interesses próprios para o que se está a desenhar. E aí Portugal deveria ter um papel importante a cumprir.

Estamos perante um novo cenário macroeconómico e há já quem fale numa nova era…
O mundo sempre viveu com crises económicas e há ciclos de vária duração. Há os tradicionais de sete a dez anos, mas há de 12, 20, 50 anos. Provavelmente estaremos a atravessar uma fase desses grandes ciclos e tem a ver com o facto de as sociedades serem organismos vivos dinâmicos.

Mas esses ciclos são acompanhados por impactos, nomeadamente económicos…
Não significa que não haja impactos nestas mudanças e, às vezes, até duram dezenas de anos. São impactos de várias naturezas e são transformações que ocorrem na sociedade até haver um ajustamento às novas condições que podem durar mais ou menos tempo.

A imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos pressupõe mudanças.
Todo o mundo sofre com as consequências do que se passa nos Estados Unidos. Os EUA ainda são a potência mais importante do ponto de vista económico político militar e são hegemónicos à escala global. Pelo menos, têm sido até agora. Essa hegemonia tem-se afirmado e tem-se renovado. Neste momento, estamos a atravessar uma situação, mas não se sabe exatamente o que vai acontecer. Ou seja, não sabemos se a hegemonia americana se vai desenvolver, se vai afirmar-se sobre novos moldes ou se vamos ver surgir uma era nova. O que estamos a atravessar tem várias dimensões importantes que devem ser tidas em conta.

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