Já não é Bolsa de Turismo de Lisboa mas será sempre BTL. Ao fim de 34 edições – entra este ano na 35.ª -, a maior montra turística do país assume este ano uma nova identidade e passa a chamar-se Better Tourism Lisbon Travel Market, um nome que pretende tornar o evento ainda mais internacional, como assume a gestora da BTL, Dália Palma, ao Portugal Amanhã. Fala-nos dos desafios, das novidades e do crescimento deste evento turístico que, desde a pandemia tem mostrado, todos os anos, aumentos de pelo menos dois dígitos.
Este ano, o destaque vai para o BTL Wellness, uma área que tem como objetivo apresentar a melhor e mais diversificada oferta turística do bem-estar. E é ainda preciso destacar um espaço exclusivamente dedicado aos casamentos.Além de tudo, do lado da BTL Cultural, este ano celebra-se o fado e a cultura portuguesa, tendo Cuca Roseta como embaixadora.
São esperados 85 mil visitantes, um número acima da edição anterior, num espaço que passa dos 45 mil metros quadrados para os 50 mil.
A BTL decorre mais uma vez de 12 a 16 de março. Quais são as expectativas?
São extraordinárias. Esperamos superar os números do ano passado. À data de hoje já podemos dizer que superámos ao nível de número de expositores. Temos mais de 1500. Temos cerca de 200 compradores internacionais que vêm de 42 mercados emissores comprar o destino Portugal. Este ano, pela primeira vez, vamos abrir o programa de compradores internacionais que é organizado pela BTL em parceria com o Turismo de Portugal e com a TAP a todos os destinos presentes na BTL. Temos mais de 100 destinos representados. Podemos assumir que temos o mundo presente na BTL.
Querem superar o número de visitantes?
A nossa expectativa é atingir os 85 mil visitantes comparativamente à edição anterior em que foram 79 mil visitantes. Temos o maior número de postos de venda de viagens disponíveis para o público, durante o fim de semana, poder vir à BTL reservar as suas férias com ofertas exclusivas e oportunidades únicas que só vão ficar disponíveis durante o período da BTL. Em termos de expectativas, são mesmo extraordinárias. Temos uma área de implementação de cerca de 50 mil metros quadrados comparativamente à edição anterior que tínhamos cerca de 45 mil metros quadrados. O evento encontra-se esgotado – a área coberta – desde setembro, o que é um recorde.
E há novidades…
Vamos lançar duas novas áreas. Uma que é o Wellness, que está muito focada no bem estar e estilo de vida saudável. Neste espaço vamos reunir várias ofertas turísticas focadas neste segmento, nomeadamente spa, termas, retiros… Uma outra área nova na BTL é a BTL Weddings focada em oferta de A a Z para casamentos. Esta área surge de uma procura cada vez maior por parte de quem nos visita para termos uma oferta concentrada e diversificada para casamentos. Já tínhamos as quintas, as luas de mel e este ano decidimos concentrar esta oferta e alargá-la a outros segmentos por forma a apresentar uma oferta global para quem pretende casar e procura soluções.
Temos ainda a Cuca Roseta como embaixadora da BTL Cultural. É uma área temática que existe na BTL há cerca de seis anos, é a sexta edição. Contudo, este ano vamos dar destaque à BTL Cultural através do fado. Vamos recriar uma casa de fados, que é a casa de fados da Cuca Roseta onde, durante os cinco dias de evento, vamos ter apresentações, performances musicais, degustações, juntar a gastronomia com a música… É uma programação 100% da responsabilidade da Cuca.
Numa altura em que o fado é cada vez mais apreciado lá fora..
Exatamente. Um dos pilares da BTL é a internacionalização e, nesse âmbito, a BTL este ano também apresenta uma nova imagem.
Mudaram de nome.
Deixa de ser Bolsa de Turismo de Lisboa e passar a ser Better Tourism Lisbon Travel Market. O objetivo deste rebranding é o posicionamento da BTL internacionalmente, tornar a BTL mais inclusiva, mais abrangente, mais global. No fundo, mais internacional.
Mas parece que há aqui um cuidado em não lhe mudar a sigla.
Exatamente. BTL mantém-se, a designação é que altera. Porque bolsa era muito local, muito nacional. Quando colocamos better tourism é mais abrangente, mais internacional, mais global e torna a marca, no fundo, mais internacional.
Apostaram numa publicidade engraçada: uma baleia e uma tartaruga que não conseguem participar na BTL. O humor cativa o público?
Sem dúvida! Este ano decidimos apostar no humor. Nas edições passadas escolhemos humoristas para dar voz à BTL e este ano decidimos continuar a apostar no humor, mas ir buscar a baleia e a tartaruga, o mundo animal, de forma a criar aqui mais empatia, mais ligação com o público, de forma a dar ênfase que as grandes oportunidades que são exclusivas durante a BTL só estão disponíveis para os humanos. No fundo é esse o nosso objetivo usando aqui a baleia, que é um animal bastante querido dos humanos, e a tartaruga.
Já disse que as expectativas são boas. Mais espaço, mais expositores.. Porquê que acha que este crescimento da BTL tem acontecido ao longo dos anos?
Temos vindo a crescer desde a pandemia. Praticamente todos os anos temos vindo a crescer dois dígitos. E este ano não é exceção. Isto é um reflexo do setor do turismo que atualmente é o setor mais importante da economia, com uma grande representatividade nas exportações. Este crescimento é fruto também do trabalho que o Turismo de Portugal e todas as entidades competentes nacionais fazem na promoção do destino Portugal.
A BTL acaba por ser um reflexo desse trabalho que é feito, pese embora exista uma grande responsabilidade por parte da BTL em continuar a alavancar e a promover o negócio no setor do turismo, quando traz a Portugal mais de 100 destinos internacionais que vêm promover esses mercados no mercado nacional e, este ano, com a abertura dos programas de Hosted Buyers em que eles próprios podem vender os seus próprios destinos a 42 mercados emissores.
Tudo isto está a colocar a BTL na agenda global do setor do turismo. Como é óbvio, este crescimento é o reflexo do setor do turismo português, mas também reflexo do trabalho que temos vindo a fazer na internacionalização da marca e seguir as tendências e anteciparmo-nos às tendências do setor do turismo.
Todos os anos existem os turismos convidados, nacionais e internacionais. O que significa a escolha destes destinos?
Este ano temos o Alentejo e Ribatejo como destino nacional convidado. O objetivo é promover destinos. Sejam eles destinos nacionais ou internacionais, sempre com o objetivo de aumentar os fluxos turísticos nestes territórios, nomeadamente no território nacional.
Este ano foi eleito o Alentejo e o Ribatejo para assumir essa chancela. Cuba é o destino internacional convidado e, nesse âmbito, o nosso objetivo é sempre escolher um destino internacional com o qual exista uma grande afinidade por parte dos portugueses. Cuba, de facto, é um dos destinos mais procurados pelos portugueses para passar férias, não poderia ser melhor escolha do que este destino, respondendo a estes requisitos e, como é óbvio, Cuba é um destino riquíssimo a nível cultural, de paisagens naturais, corresponde efetivamente a tudo aquilo que a BTL procura num destino para atribuir esta chancela.
Depois temos Leiria, que é o município convidado. E é pelas mesmas razões: o nosso objetivo é promover destinos nacionais e, este ano, o destaque é dado a Leiria pela sua riqueza natural, gastronómica e parte da riqueza da oferta de turismo de natureza.
Há palco para todos os tipos de turismo. É uma mais valia? Acaba por chegar a mais pessoas…
A BTL tem vindo a apostar cada vez mais numa diversidade e numa qualificação da oferta que tem presente no evento. A nível nacional, tentamos sempre seguir as tendências da oferta turística promovida pelo Turismo de Portugal. É o Turismo de Portugal que é responsável, no fundo, pelo desenvolvimento deste produto, desta oferta turística, e a BTL procura dar destaque a estes segmentos. Com isto, diversificando a sua oferta e qualificando a sua oferta.
Este ano, a novidade é o Wellness que é uma oferta turística específica mas temos desde a natureza, o sol e praia, é uma oferta turística presente em grande escala, mas temos também o turismo religioso, que lançámos na edição anterior e, este ano, com grande sucesso, voltamos a apresentar essa área temática que é promovida pela Câmara Municipal de Ourém onde representa vários players com oferta turística de norte a sul do país e com uma programação específica para esta oferta de turismo religioso.
O mesmo acontece na BTL Cultural onde reunimos um conjunto de equipamentos culturais e players que promovem esta oferta turística relacionada com cultura e onde, este ano, a Cuca assume uma chancela de embaixadora para promover esta área enquanto produto turístico.
Podemos considerar a BTL como uma das maiores e mais completas montras do país?
Do país e, diria, a nível global. Para quem pretende contratar o destino Portugal, é na BTL que consegue encontrar a maior montra, a mais diversificada, e a mais qualificada relativamente ao destino Portugal. Relativamente a destinos internacionais, a nossa ambição é ser o top 3 a nível da Europa.
Sendo o turismo um dos motores do país, eventos como a BTL ajuda a impulsionar ainda mais esta atividade?
Sim, de facto, a BTL acaba por ser o ponto de encontro do setor do turismo. Costumamos dizer que não há empresas ou alguém que desenvolva a sua atividade que esteja direta ou indiretamente ligada ao setor do turismo, que não marque presença na BTL. Quer seja através na qualidade de expositor, quer seja na qualidade de visitante profissional ou de público. Por isso, a BTL é, incontornavelmente, um marco no setor do turismo e uma plataforma de negócios, que promove negócios que impulsionam o network e potencia parcerias na área do setor do turismo.
Organizar um evento desta dimensão deve ser um desafio enorme. Como é que assume esta responsabilidade?
É um grande desafio e uma grande responsabilidade. Apesar de ser gestora e coordenadora deste evento, tenho uma equipa extraordinária que trabalha diariamente sempre com o objetivo de trabalharmos uma BTL cada vez melhor a cada edição para respondermos às expectativas dos nossos clientes e acompanhar, efetivamente, as tendências do setor do turismo. É um grande desafio, mas poder assumir esta responsabilidade orgulha-me bastante.