Catarina Nunes: “Os cidadãos não querem uma nova crise política”

“Existem algumas incertezas que afetarão o rumo das políticas públicas que possam vir a ser dinamizadas internamente; as eleições nos EUA e o desenrolar dos conflitos armados a nível mundial”, afirma a Economista e membro do Conselho Diretivo da EuroDefense Portugal.

No período pós férias de verão, como antecipa estes quatro meses até ao final do ano, a nível económico do país e da sua atividade, em particular?

Catarina Nunes – Até ao fim do ano, teremos desafios internos, mas também internacionais, que por sua vez vão influenciar a economia nacional. Em termos estratégicos, teremos a aprovação do OE2025 e as reformas estruturais que este mesmo OE consiga perspetivar para o futuro. Em termos conjunturais, existem três áreas que terão de merecer a maior atenção por parte a classe política: Saúde, Educação e Habitação, de forma a criar condições condignas aos cidadãos nacionais.

Portugal é uma economia completamente aberta ao exterior e com uma posição geoestratégica privilegiada. Porém, existem algumas incertezas que afetarão o rumo das políticas públicas que possam vir a ser dinamizadas internamente; as eleições nos EUA e o desenrolar dos conflitos armados a nível mundial.

Se o OE 2025, que será apresentado em outubro, não passar em novembro, deve haver novas eleições? Ou que outra solução deveria ser encontrada, nesse cenário?

CN – É minha convicção que a responsabilidade conferida, pelo povo português, à Assembleia da República, se vai expressar numa aprovação do OE para 2025. Se assim não acontecesse, os cidadãos penalizariam todos os partidos com assento parlamentar.

A nossa conjuntura económico-social, as situações de guerra vividas na Europa e às suas portas, bem como as incertezas políticas que existem a nível global, são variáveis suficientes para que os cidadãos nacionais não queiram uma nova crise política. Assim, apesar de vir a ser um exercício difícil de diplomacia política, serão criadas as condições necessárias para o OE2025 seja aprovado na Assembleia da República.

O que mais apreciou neste primeiro ano do “Portugal Amanhã”?

CN – Portugal Amanhã é um fiel exemplo de que é preciso juntar a informação, conhecimento e experiência para se criar valor. Pode existir difusão de informação, mas se ela não for proferida com base no conhecimento e experiência não é possível formar cidadãos para o debate de ideias.