No período pós férias de verão, como antecipa estes quatro meses até ao final do ano, a nível económico do país e da sua atividade, em particular?
Jorge Costa Oliveira – A nível económico é pouco provável que haja grandes alterações até ao final do ano. É importante prestar atenção à desaceleração das exportações. E parece-me necessário programar responsavelmente a evolução das finanças públicas neste contexto de satisfação das reivindicações salariais de várias profissões com poder reivindicativo. Preocupa-me especialmente a forma como se continua a complicar a entrada de capital num país que precisa de investimento estrangeiro para sustentar o crescimento.
Se o OE 2025, que será apresentado em outubro, não passar em novembro, deve haver novas eleições? Ou que outra solução deveria ser encontrada, nesse cenário?
JCO – Num cenário em que nenhum partido está próximo de ter maioria, em que não é de todo provável que haja acordos que deem estabilidade à governação e em que as sondagens não mostram provável mudança deste cenário no caso de eleições antecipadas, a interpretação “inovadora” introduzida pelo atual PR para derrubar o segundo governo PS/Costa não deve ser repetida. Se o orçamento não for aprovado, o governo deverá promover mais diligências para acordos com os dois principais partidos da oposição. Até lá, governará por duodécimos, o que não será nenhuma tragédia.
O que mais apreciou neste primeiro ano do “Portugal Amanhã”?
JCO – O projeto do Amanhã Portugal em si é desafiante. Apreciei a persistência em ouvir muitas vozes, em especial no setor empresarial, para tentar encontrar linhas de rumo para os principais problemas do país, diagnósticos e soluções alternativas para os mesmos e a contribuição para a definição de políticas públicas.