No período pós férias de verão, como antecipa estes quatro meses até ao final do ano, a nível económico do país e da sua atividade, em particular?
Fátima Carioca – O período que se segue está repleto de desafios e oportunidades, sendo crítico continuar a monitorizar de perto os indicadores económicos para ir ajustando as políticas públicas por forma a garantir o equilíbrio orçamental, a estabilidade, o crescimento sustentável e a coesão social, nomeadamente, trabalhando áreas estratégicas como a saúde, a educação e a inovação. Contudo, medidas que visam fortalecer o tecido empresarial, com o aumento da competitividade, a expansão e a capitalização das empresas são cruciais para alcançar uma economia salutar.
A aposta na formação empresarial, genericamente em deficit no nosso país, é fundamental. A AESE Business School, promovendo programas de formação para executivos e gestores, tem ciente dois objetivos determinantes no futuro próximo: o desenvolvimento de competências, alinhadas com o mercado e as novas tecnologias, mas, sobretudo, a preparação de líderes aptos a atuar com visão de negócio e humanidade, num contexto global de incertezas.
Se o OE 2025, que será apresentado em outubro, não passar em novembro, deve haver novas eleições? Ou que outra solução deveria ser encontrada, nesse cenário?
FC – Se o Orçamento de Estado de 2025, a ser apresentado em outubro, não for aprovado em novembro, o cenário é preocupante. É, por isso, imperativo que governo e oposição ajam com responsabilidade. Os portugueses estão claramente cansados de eleições. Caso houvesse novas eleições, seriam quatro em apenas um ano e meio (legislativas, europeias, legislativas e autárquicas). A prioridade terá de ser o diálogo interpartidário para encontrar uma solução que assegure a governabilidade e a estabilidade do país. O interesse nacional tem de estar acima de quaisquer interesses partidários. Um acordo parlamentar que permita a viabilização do orçamento, seja através de alterações ao mesmo ou mediante um acordo de governação mais amplo, pode ser uma solução viável. Essa abordagem preservaria a estabilidade política e evitaria o desgaste da população, que certamente punirá qualquer partido que demonstre colocar os seus interesses acima do bem comum.
O que mais apreciou neste primeiro ano do “Portugal Amanhã”?
FC – Pensar o futuro, pensar Portugal a 20 anos, é um exercício fundamental que muitas vezes tropeça na falta de tempo, na realidade complexa do dia-a-dia, na incerteza que paralisa a audácia e a criatividade.
Neste sentido, o espaço “Portugal Amanhã” ao promover, sistematicamente, reflexões muito ricas e diversificadas, com base em casos empresariais e iniciativas individuais corajosas, tema muito caro à AESE Business School, acredito que trará frutos no sentido de que muitos vejam o crescimento do seu negócio, da sua empresa como um caminho viável e, assim, ajude a posicionar estrategicamente o País de uma forma mais competitiva e arrojada, capaz de ocupar um papel relevante no mercado global e complexo em que vivemos.