Como antecipa estes quatro meses até ao final do ano a nível económico do paíse e da sua atividade em particular?
Salvador da Cunha – Antecipo quatro meses mais fracos em termos de atividade económica, não apenas pelos efeitos internacionais, redução da procura interna e externa, mas também dada a incerteza política centrada no Orçamento de Estado.
A aprovação ou não do OE de 2025 vai ter efeitos relevantes na tomada de decisões empresariais e essa incerteza provoca adiamento de decisões de investimento das empresas e de consumo dos particulares. Resta saber como vai evoluir o investimento público com o PRR.
Na minha atividade, antecipo um segundo semestre mais fraco do que o primeiro, mas ainda assim acima do ano passado.
Se o Orçamento de Estado para 2025, que será apresentado em outubro, não passar em novembro, deve haver novas eleições? Que outra solução deveria ser encontrada, nesse cenário?
SC – O orçamento de Estado não deveria ser motivo de queda do governo e eleições antecipadas. Apesar de ser difícil, este governo deveria governar a legislatura e comprovar os méritos das suas políticas.
Não obstante, seria uma grande irresponsabilidade política não aprovar o OE. Tanto o Governo como PS e Chega deveriam fazer cedências e encontrar um caminho possível para aprovar o OE.
O que mais apreciou neste primeiro ano do “Portugal Amanhã”?
SC – O “Portugal Amanhã “ tem demostrado ser um projecto jornalístico sólido e relevante, que aprofunda temas importantes para além da espuma mediática.
Equipa muito competente, mas curta. Deveria reforçar a equipa de jornalistas para ir um pouco mais além.
É um projecto jornalístico que faz falta.