Jorge Ferreira: “Temos um futuro otimista à nossa frente”

O CEO da Palbit apresenta a sua visão para o país daqui a 20 anos

Como é que imagina o país em 2043, quando o país estiver a celebrar 900 anos, se contarmos com o Tratado de Zamora?
JF — Portugal tem uma força por si mesmo, porque é um dos países mais antigos da Europa. É um país que tem uma história única, um povo que é único, que tem imensa força e imensa resiliência.

Temos um futuro otimista à nossa frente. Aqui e ali somos um bocadinho mais pessimistas do que deveríamos ser. A nível político deveríamos ser mais otimistas e lançar projetos mais desafiantes para a frente, com uma visão de longo prazo. A grande batalha vai ser cada vez mais a produtividade.

A população não pode continuar a crescer ao mesmo ritmo que cresceu nos últimos 20 anos, portanto, vai ter de haver algum abrandamento em termos do crescimento populacional como um todo. Isso vai trazer o tema do envelhecimento populacional. Como é que se resolve este problema de termos pessoas mais velhas do que anteriormente e ao mesmo tempo um bom nível de vida para toda a gente? Tem de haver mais produtividade. Temos de pensar nos processos, nas fábricas, em quais são os setores que agarramos com força e que levamos para a frente e que nos façam distinguir da nossa concorrência, porque essa há-de sempre existir ao nível mundial.

Temos de dar uma maior ênfase àquilo que é o desenvolvimento do país. O nosso país, para efeitos de desenvolvimento industrial, tem uma situação única. Temos uma população bem treinada, jovens cada vez mais qualificados, temos os sistemas a funcionar cada vez melhor.

Globalmente, o nosso país, na Europa, é um dos melhores países para se investir. Viajei durante muitos anos, fazendo mais de 12 vezes a volta ao mundo por ano, e posso dizer que o nosso país compara favoravelmente com a maior parte dos outros países que vejo.

Temos muitas bases para fazer sucesso para a frente. Tenhamos o empenho e a persistência de o fazer todos os dias.

Neste negócio da Palbit estamos a falar de metal duro e de precisão. Isso ajudaria Portugal?
JF — Ajuda. Tudo aquilo que se faça, tem de ter ferramentas, de uma forma ou de outra. O nosso setor é um bom barómetro para o andamento da indústria ao nível global.

É uma indústria que tem muito futuro e que terá sempre lugar para os melhores. Mas é uma indústria dura, no sentido de que concorremos realmente pela inovação, pelo desenvolvimento, por apresentar melhores soluções do que os nossos concorrentes.

Isso põe claramente uma tónica muito forte naquilo que é competitividade e naquilo que é estar sempre à frente em termos tecnológicos e em termos de desenvolvimento de novas soluções.

Temos muito para desenvolver daqui para a frente e estamos otimistas quanto a isso.