Como é que gostarias que Portugal estivesse dentro de 20 anos, quando celebrar 900 anos como Estado-nação mais antigo da Europa?
PO — É uma ótima pergunta. Espero que Portugal e a Europa sejam um sítio de paz daqui a 20 anos. Espero que usemos muito esta capacidade de diálogo, de ouvir as pessoas que têm religiões e culturas diferentes das nossas, para construir algo em conjunto. Esse vai ser o nosso maior desafio. Isso vai sem dúvida influenciar muito o nosso estilo de vida e o nosso nível de vida também.
Espero que, em Portugal, haja muitas entidades e universidades que, à semelhança de nós, se me permitem a imodéstia, se consigam afirmar internacionalmente.
Hoje, temos uma situação em Portugal, no que respeita a escolas de negócios muito sui generis. Temos nos rankings internacionais várias escolas que se estão a afirmar. Da Católica à Porto Business School, ao ISEG [Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa], até ao ISCTE [Instituto Universitário de Lisboa], em alguns rankings começamos a encontrar um cluster de escolas que, ainda não estão tão bem colocadas como nós, mas que começam a distinguir Portugal como um sítio interessante para estudar. Isto acontece nas áreas da Gestão, da Economia, das Finanças, mas espero que possa acontecer em muitas áreas.
Temos muito talento em Portugal e, se formos capazes de reunir, de discutir, de nos sentarmos à mesma mesa para construir algo que seja maior do que as nossas competições que não nos levam a lado nenhum, podemos começar a firmarmo-nos internacionalmente. É muito importante esta afirmação de algumas universidades; é muito importante para a reputação do país.
Se pensarmos, nós, hoje, estamos a colocar Portugal (e esta escola está a dar uma contribuição muito importante) entre os principais destinos para estudar no mundo. Esse grupo de países restrito inclui Estados Unidos, Inglaterra, França, alguns países do norte da Europa, a Holanda também, mas é, sem dúvida, um grupo de países com quem nós queremos estar. Em termos reputacionais, isso é muito importante.
Obviamente, Portugal é muito conhecido já pelo seu futebol, o que nos traz muita popularidade. Isso é muito importante e todos nós vibramos com os golos do Ronaldo.
Mas, era muito importante, também, que colocássemos algumas universidades, como já estamos a fazer na Economia e Gestão, no topo das listas dos rankings mundiais, porque isso pode ser definitivo para a reputação de Portugal.
Pedro Oliveira: “Mais paz no país e na Europa”
O diretor da Nova SBE deixa a sua visão para o país daqui a 20 anos.